Cientistas descobrem que ondas de rádio de jatos tem uma característica indicando que eles surgem quando elétrons em alta velocidade interagem com campos magnéticos.
(Astronomy.com / Cienctec) Os astrônomos encontraram a primeira evidência de um campo magnético em um jato de material ejetado por uma jovem estrela, uma descoberta que aponta na direção da quebra de um paradigma sobre o entendimento da natureza de todos os tipos de jatos cósmicos e do papel dos campos magnético na formação estelar.
Através do universo, os jatos de partículas subatômicas são ejetados por três fenômenos: os buracos negros supermassivos no centro das galáxias, buracos negros, ou estrelas de nêutrons consumindo material de uma estrela companheira e de estrelas jovens que ainda estão no processo de agregar massa de suas redondezas. Anteriormente, campos magnéticos foram identificados nos dois primeiros exemplos, mas até agora, campos magnéticos não tinham sido confirmados nos jatos de estrelas jovens.
“Nossa descoberta nos fornece uma forte pista que todos os três tipos de jatos se originam através de um processo comum”, disse Caro Carrasco-Gonzalez do Astrophysical Institute da Andalucia Spanish National Research Council (IAA – CSIC) e da National Autonomous University of Mexico (UNAM).
Os astrônomos usaram o rádio telescópio Very Large Array da National Science Foundation (VLA) para estudar uma estrela jovem, localizada a 5500 anos-luz de distância da Terra, chamada IRAS 18162-2048. Essa estrela, possivelmente tem 10 vezes a massa solar e está ejetando um jato que tem um comprimento de 17 anos-luz.
Observando esse objeto por 12 horas com o VLA, os cientistas encontraram que as ondas de rádio desses jatos tinham uma característica indicando que eles se originavam quando elétrons se movendo rapidamente interagiam com os campos magnéticos. Essa característica, chamada de polarização, fornece um alinhamento preferencial para os campos elétricos e magnéticos das ondas de rádio.
“Nós vimos pela primeira vez que um jato de uma estrela jovem compartilha suas características comuns com outros tipos de jatos cósmicos”, disse Luis Rodriguez do UNAM.
A descoberta, dizem os astrônomos, pode permitir que se melhore o entendimento sobre a física dos jatos bem como no papel que os campos magnéticos possuem no processo de formação de estrelas. Os jatos de estrelas jovens, diferente dos outros tipos emitem radiação que fornece informações sobre as temperaturas, as velocidades, e densidades dentro dos jatos. Essa informação, combinada com os dados nos campos magnéticos, podem melhorar o entendimento dos cientistas sobre como os jatos funcionam.
“No futuro, a combinação de alguns tipos de observações poderia nos dar uma imagem geral de como os jatos afetam as estrelas jovens e todo o seu entorno”, disse Rodriguez. “Isso seria um grande avanço no entendimento do processo de formação de estrelas”.
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