quinta-feira, 10 de maio de 2012

Como as estrelas são usinas de reciclagem galáctica


(BBC/Hypescience) Um longo mistério de como as estrelas agonizantes liberavam material para formar planetas agora parece estar resolvido. Os cientistas encontraram grãos de poeira com tamanho suficiente para serem expelidos com a luz dos corpos celestes.

A equipe de astrônomos da Austrália e da Europa analisou três estrelas gigantes vermelhas que foram um dia como o nosso sol, mas ficaram sem “combustível” de hidrogênio e cresceram até proporções enormes.

Essas estrelas liberam muito de sua massa na forma de gás ou grãos de minerais, até se tornarem anãs brancas.

O autor líder do estudo, Barnaby Norris, afirmou que as estrelas são “usinas de reciclagem galáctica” – o material que elas liberam “vai formar a próxima geração de estrelas e planetas”.

Discussão polarizada
O que confundia os astrônomos era como o material era expelido. Modelos de computador sugeriam que as partículas que vinham das estrelas seriam tão pequenas que elas iriam simplesmente absorver a luz ao seu redor e aquecer.

A equipe refinou o método, usando diferentes polarizações de luz. Como resultado, eles conseguiram distinguir objetos separados por apenas bilionésimos de graus celestes.

Eles descobriram que a esfera de poeira que circundava as anãs vermelhas era menor do que muitos modelos sugeriam – cerca de duas vezes o raio da própria estrela.

Como os grãos de poeira dividem a luz de maneira diferente, dependendo da cor que os atingem, a equipe conseguiu analisar dados de diferentes espectros e determinar um padrão de tamanho: não muito mais do que metade de um milionésimo de metro.

Isso é muito maior do que o antecipado, explica Norris. E suficiente para explicar como a poeira é expelida. “Os grãos de poeira são como várias velas pequenas no vento, que nesse caso é a luz estelar”.

“O mecanismo pelo qual a massa é transportada dessas estrelas é um dos maiores mistérios da astronomia estelar, e ajuda no entendimento de como os elementos pesados são espalhados pelo universo. Nosso estudo é uma pequena peça desse quebra-cabeça”, afirmaram os pesquisadores.

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