quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Estrela Supermassiva Eta Carinae



(Wired/Cienctec) Um imenso par ondulante de nuvens de gás e poeira é registrado nessa impressionante imagem feita pelo telescópio espacial Hubble da NASA da estrela supermassiva Eta Carinae.

Usando uma combinação de técnicas de processamento de imagens (sobreposição de imagens, subamostragem e deconvolução), os astrônomos criaram uma das imagens de mais alta resolução de um objeto estendido já produzida pelo Hubble. A imagem resultante revela detalhes impressionantes. Mesmo apesar da Eta Carinae estar a mais de 8000 anos-luz de distância da Terra, estruturas com somente 10 bilhões de milhas de diâmetro (ou seja, algo em torno do diâmetro do nosso Sistema Solar) podem ser distinguidas. Linhas de poeira, condensações e estranhas listras radiais aparecem com uma clareza sem precedentes.

A Eta Carinae foi observada pelo Hubble em Setembro de 1995 com a Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC 2). As imagens feitas através dos filtros vermelho e do infravermelho próximo foram combinadas de forma subsequente para produzir a imagem colorida mostrada acima. Uma sequência de oito exposições foi necessária para cobrir a imensa variação dinâmica do objeto: as bolhas de ejeção externas são mais de 100000 vezes mais apagadas do que a estrela brilhante central.

A Eta Carinae foi o local de uma gigantesca explosão ocorrida a aproximadamente 150 anos atrás, quando ela se tornou uma das estrelas mais brilhantes do céu do hemisfério sul. Apesar da estrela ter lançado boa parte da sua luz visível como uma explosão de supernova, ela sobreviveu a explosão. De alguma forma a explosão produziu dois lobos polares e um disco equatorial fino e grande, tudo se movimentando para fora da estrela a uma velocidade de 1.5 milhões de milhas por hora.

A nova observação mostra que o excesso de luz violeta escapa ao longo do plano equatorial entre os lobos polares. Aparentemente existem poucos detritos empoeirados entre os lobos de forma que boa parte da luz azul da estrela é capaz de escapar. Os lobos, por outro lado, contêm grande quantidade de poeira que preferencialmente absorve a luz azul, fazendo com que os lobos apareçam avermelhados. Com uma estimativa de ser 100 vezes mais massiva que o Sol, a Eta Carinae pode ser uma das estrelas mais massivas na nossa galáxia. Ela irradia aproximadamente cinco milhões de vezes mais energia que o Sol. A estrela ainda é um dos grandes mistérios da astronomia estelar, e as novas imagens do Hubble podem ajudar a desvendar parte desse quebra-cabeça. Eventualmente, essa explosão da estrela pode fornecer pistas únicas para outras explosões bipolares mais modestas e para o fluxo hidrodinâmico das estrelas em geral.

Um dos maiores pesquisadores do mundo sobre a Eta Carinae é o astrônomo do IAG/USP Augusto Damineli. O Professor Damineli usa os equipamentos no Chile para fazer suas observações e já escreveu inúmeros artigos sobre o tema, tanto como autor principal como coautor. Abaixo selecionei um desses artigos onde se discute a detecção de material a alta velocidade gerado a partir da colisão na zona da Eta Carinae.
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E mais:
Imagens e vídeos de Eta Carinae (Rolf Olsen)

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