sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Como serão as primeiras fotos de buracos negros



(Space@NBCNews.com/Hypescience) Ninguém jamais viu um buraco negro, e jamais vai ver por que, tecnicamente falando, não há nada para ver: buracos negros não emitem um único fóton (partícula de luz).

Mas se o buraco negro não emite fótons, o mesmo não acontece com seu entorno. Se houver matéria caindo no buraco negro, ela forma um disco, chamado de disco de acreção. Neste disco, a matéria descreve uma trajetória em forma de espiral, aproximando-se cada vez mais do horizonte de eventos – o limite exterior do buraco negro, por assim dizer.

À medida que a matéria vai se aproximando, vai aquecendo. Nas proximidades do buraco negro, ela aquece tanto que brilha não mais como luz visível, nem como ultravioleta, mas como raio-X e rádio. E são estas emissões que o Event Horizon Telescope, EHT, capta.

Combinando vários radiotelescópios, inclusive alguns que estão em construção, o EHT terá a capacidade de observar objetos menores que o menor objeto que cada um dos telescópios sozinhos consegue.

Os astrônomos esperam conseguir examinar o próprio horizonte de evento de um buraco negro próximo, Sagittarius A*, ou Sgr A* (lê-se “sagitárius a-estrela”), que está no centro de nossa galáxia, e tem massa estimada de 4 milhões de massas solares.

Que imagem será registrada?
Já vimos que em torno do buraco negro forma-se um disco de acreção se houver massa próxima. No caso de Sgr A*, acredita-se haver tal disco de acreção, devido à atividade de raio-X e rádio deste objeto.

Conforme o disco gira, o lado dele que está “vindo na direção” da Terra fica mais brilhante por conta de um efeito chamado Doppler beaming (“radiante Doppler”). A parte do disco que está “se afastando” fica mais escura pelo mesmo motivo.

O resultado é uma estrutura em forma de lua crescente, como pode ser vista na simulação. No centro da estrutura deve haver um círculo escuro, chamado de sombra do buraco negro, que representa o próprio buraco negro.

A imagem da estrutura foi apresentada no 221º encontro da Sociedade Astronômica Americana, em Long Beach, Califórnia, EUA. Os pesquisadores acreditam que uma imagem real poderá ser obtida nos próximos cinco anos.

Comparando a imagem que for obtida com as previsões teóricas (a imagem acima é uma previsão teórica), os astrônomos esperam não só conhecer melhor Sgr A*, como também verificar quais teorias sobre o buraco negro devem ser abandonadas.

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