quarta-feira, 20 de março de 2013

Tudo o que você precisa saber sobre buracos negros

Esses poderosos corpos presentes no espaço são capazes de sugar para seu interior absolutamente tudo o que está ao seu redor. E isso oferece algum risco para nós?



Os buracos negros são tema de especulação há muito tempo. Até Albert Einstein duvidou da existência deles, em um trabalho publicado em 1939. Estudos posteriores deixaram claro que o físico estava errado, comprovando que esses buracos realmente existem. Mas o que eles são capazes de fazer?

Basicamente, um buraco negro é uma grande concentração de matéria em um espaço muito reduzido. Segundo o físico e especialista em ensino de astronomia do Observatório Dietrich Schiel, da USP São Carlos, André Luiz da Silva, a gravidade próxima à superfície dos buracos negros é tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar da sua atração gravitacional. Ou seja, eles são capazes de sugar para seu interior absolutamente tudo o que está ao seu redor.

O físico explica que existem buracos negros formados pela evolução natural da vida de estrelas de grande massa – em torno de dez vezes a massa do Sol ou até mais massivas – e os buracos negros supermassivos – com milhões de massas solares – sobre os quais ainda há muita discussão sobre o seu processo de formação.

Fim dos tempos?
O que aconteceria conosco se algo tão poderoso passasse próximo ao nosso planeta? Segundo Silva, se um buraco negro estivesse próximo a nós, sua presença se revelaria pelo efeito gravitacional que causaria nos corpos do Sistema Solar, como os planetas, asteróides e planetas anões.

A ação desse efeito gravitacional despertaria terremotos e erupções vulcânicas sem precedentes, além de alterar a nossa órbita e fazer com que o nosso planeta se aproximasse ou se afastasse do Sol. Ao passar por nós, as mudanças geológicas, devido às forças da maré, seriam tão extremas que toda a superfície ficaria coberta por magma, destruindo todas as formas de vida do planeta.

Além disso, como o Sol é o objeto de maior massa do Sistema Solar, ele e o buraco negro se atrairiam, graças às forças gravitacionais, sugando todos os gases presentes em nossa estrela para dentro do buraco.

Por sorte, não existem buracos negros no Sistema Solar, pelo menos não os que possuem ordem da massa solar. O físico explica que, teoricamente, mini-buracos negros são previstos. “Os buracos negros não são diferentes dos outros objetos da galáxia, não são como ‘fantasmas’ vagando de forma imprevisível. Há os buracos centrais, que se acredita habitarem o centro da maior parte das galáxias. Neste caso, por estarem no centro da galáxia, eles não se movimentam muito em relação à própria galáxia. Em nossa galáxia, a Via Láctea, há um buraco negro desses”, diz.

Para onde vai tudo o que é sugado pelos buracos negros?
Para Silva, a resposta desta pergunta ainda é matéria de especulação. “Ainda não temos nenhuma observação ou mesmo teoria que detalhe esse tipo de situação”. Segundo o físico, um erro muito comum é pensar que o buraco negro “suga” tudo, independente da distância. “O problema é chegar perto demais dele. Longe, os efeitos gravitacionais não o distinguem de uma estrela com a mesma massa. Se o Sol fosse substituído por um buraco negro de mesma massa, a órbita dos planetas não seria afetada. Nem mesmo a de Mercúrio”, conclui.

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