terça-feira, 11 de março de 2014

Sem sinal do ‘Planeta X’


(O Globo) Depois de observar milhões de objetos no céu, o telescópio espacial infravermelho Wise, da Nasa, não encontrou nenhum sinal do “Planeta X”, hipotético corpo celeste que estaria na periferia do Sistema Solar, além da órbita de Plutão. Em compensação, análise dos dados coletados pelo Wise revelou milhares de novos vizinhos de nosso Sol, como estrelas de fato e “fracassadas”, isto é, objetos mais frios conhecidos como anãs marrons por não terem acumulado material suficiente para dar início ao processo de fusão nuclear das estrelas comuns.

Em um dos estudos recentes, os cientistas não encontraram nenhum objeto em todo céu com tamanho de Saturno a uma distância de até 10 mil unidades astronômicas (cerca de 1,5 trilhão de quilômetros), assim como nenhum maior que Júpiter a até 26 mil unidades astronômicas (3,9 trilhões de quilômetros).

- O Sistema Solar exterior provavelmente não tem nenhum planeta gigante gasoso ou uma pequena estrela companheira (do Sol) – diz Kevin Luhman, do Centro para Exoplanetas e Mundos Habitáveis da Universidade do Estado da Pensilvânia e principal autor de artigo sobre a análise dos dados do Wise, publicado no “Astrophysical Journal”.

Já no segundo estudo, que focou sua atenção em objetos além de nosso Sistema Solar, os cientistas acharam 3.525 novas estrela e anãs marrons a um distância de até 500 anos-luz do Sol. E entre as descobertas está um sistema binário de anãs marrons a apenas 6,5 anos-luz, o que faz dele o terceiro mais próximo do nosso conhecido e o encontrado mais perto em quase cem anos.

Lançado em 2010, o Wise operou até o início de 2011, período em que pôde fazer dois mapeamentos completos do céu, com cerca de seis meses de diferença entre uma observação de outra de uma determinada região. Foi comparando estas imagens no catálogo do telescópio, tornado público em setembro do ano passado, que os astrônomos puderam identificar os novos objetos, já que, em geral, quanto mais próximos eles estão mais parecerão se “mover” entre uma imagem e outra.

- Sistemas estelares vizinhos que se escondiam à plena vista simplesmente surgiram nos dados do Wise – comentou Ned Wright, pesquisador da Universidade da Califórnia em Los Angeles principal cientista da missão Wise. - Achamos que há ainda muitas estrelas lá fora para serem encontradas pelo Wise. Não conhecemos o quintal do nosso Sol tão bem quanto se pensava.

Depois de completar sua missão primária em 2011, o Wise foi posto em hibernação, da qual foi despertado em setembro do ano passado. Renomeada NEOWise, sua nova missão é ajudar a Nasa em seu esforço de encontrar, identificar e estudar asteroides e outros objetos que passem perto da Terra (NEOs, na sigla em inglês) e possam representar algum perigo de colisão com nosso planeta.
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