segunda-feira, 28 de abril de 2014

Gestações turbulentas

Simulações esclarecem como forças magnéticas complicam o nascimento de estrelas e planetas


(Pesquisa Fapesp) Mal dá para reparar nas porções mais escuras da imagem da nebulosa Cabeça de Macaco (NGC 2174), distante 6.400 anos-luz da Terra. Ofuscada pelo brilho das estrelas jovens e das plumas de gás incandescente, essas áreas escuras abrigam algumas das muitas regiões de formação estelar de nossa galáxia. É precisamente nesses bolsões obscurecidos pela poeira do meio interestelar que muitos astrônomos estão interessados. É ali, nas chamadas nuvens moleculares, que o gás da nebulosa esfria o suficiente para desencadear um processo de gestação que, alguns milhões de anos depois, dará origem a novas estrelas.

Os telescópios atuais estão apenas começando a ter resolução suficiente para vislumbrar os detalhes desse processo, que envolve um cabo de guerra turbulento entre forças gravitacionais e magnéticas. De um lado, a gravidade tende a adensar o gás, o que permitirá que os átomos no centro das regiões mais densas da nuvem sejam comprimidos até liberarem energia por meio de reações de fusão nuclear, acendendo novas estrelas. De outro, os campos magnéticos da nuvem tendem a fazer força no sentido contrário ao da gravidade. Todo mundo sabe que a gravidade vence no final, mas ninguém entende muito bem os detalhes do conflito.

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